quinta-feira, 8 de outubro de 2009

VIOLÊNCIA: MUITO ALÉM DO “BULLYNG”


Verador Alcivan vai convidar profissionais de Educação para debater a lei anti-bullyng

Neste último trimestre os noticiários foram marcados por atos violentos contra professores e funcionários de escolas públicas paulistas. Porém, estes fatos, infelizmente, não fazem parte apenas da realidade de são Paulo. Eles acontecem todos os dias nas escolas públicas e particulares em todo o país. Só nestes últimos meses, a grande mídia mostrou, que alunos são suspeitos de incendiar o carro de uma diretora, funcionária foi pisoteada por alunos, outra teve o cabelo queimado com um isqueiro, na periferia de Brasília um aluno atirou em um professor, e em São Bernardo do Campo, em uma escola municipal, uma professora perdeu parte do dedo indicador quando tentava trazer de volta para a sala de aula um aluno que se escondeu no banheiro.
A última novela das oito, da Rede Globo, Caminho das Índias, tentou adentrar na questão da violência na escola e parou, timidamente, apenas na questão do bullyng, praticado pelo personagem “Zeca” e seu bando contra o bom garoto “Indra”, de origem hindú, de bons costumes.
Os espectadores dos jornais televisivos, assistiram estupefatos, a monitora escolar Meire Aparecida Fernandes, da Prefeitura de Araçariguama, no interior de São Paulo, após ela ter sido gravada incentivando sua filha a brigar em frente à escola. De acordo com a prefeitura, a polícia está investigando o caso e a mulher pode responder por corrupção de menores. As imagens das adolescentes brigando causaram menos espanto que as declarações da mãe que encarou tudo de forma normal e chegou ainda a argumentar que orienta a sua filha: “eu sempre digo a ela, se apanhar na rua quando chegar em casa apanha de novo”. Violência incentivada, orientada pelos próprios pais.
O Wikipédia, a enciclopédia eletrônica da internet, assim traduz o Bullying: “é um termo inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully ou "valentão") ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Ou seja, Bullying nada mais é do que aquela covardia que acontece pé do que aquela covardia que acontece pincipalmente no ambiente escolar quando éramos crianças ou ainda na fase adolescente.
O bullying tem sido ao longo do tempo, motivo de traumas e sofrimentos para muitos, sendo ignorado pela maioria das pessoas, por acreditar tratar-se de "brincadeiras próprias da idade" ou ser necessário ao amadurecimento do indivíduo, sem, contudo, considerar os danos causados aos envolvidos.
Segundo estudos psicopedagógicos, é comum encontrar entre os adultos uma quantidade considerável que traz consigo as marcas dos traumas que adquiriram nos bancos escolares. São seqüelas que se evidenciam pelos prejuízos em aspectos essenciais à realização na vida, como dificuldades de lidar com perdas, relações afetivas, familiares e sociais, ou no desempenho profissional.
Segundo o prof. Jose Maria, pior que o bulling é o crescimento de “alunos” portando armas e drogas dentro das escolas. O que devemos perguntar é: o que é política de educação? E o que é política de segurança? A partir do momento que o estudante vai para a escola para praticar delitos, o poder coercitivo do estado deve entrar em cena. A segurança pública nas escolas deve partir de mecanismos de prevenção e repressão. Reprimir quem pratica crimes no âmbito da escola é fator fundamental para redução da violência dentro delas.
Acredito que uma das iniciativas louváveis para se começar a discutir a questão, não só do bullyng, mas da violência escolar seja a elaboração de estudos e a busca de uma lei específica para a questão da violência escolar. A exemplo da cidade de Campina Grande, no Estado da Paraíba, que aprovou a primeira lei de anti-bullyng do país, que prevê sanções para pais, escolas e principalmente alunos. È urgente, que nós comecemos a reunir gestores educacionais, professores e a comunidade em geral. Pois, juntos, com ações efetivas, poderemos encontrar soluções para extinguir mais esta mazela que atinge a tão sofrida educação.